Sim, às vezes ainda como galinha. Raramente...
Mas como...
Sophia de Mello Breyner AndresenAs pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão".
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
Conhecia o poema, é bonito mas confesso que lhe prefiro os contos...
ResponderExcluirMas não é vergonha nenhuma comer galinha! É até muito bom, numa canjinha quando se está doente! :P
Pois, a galinha do campo...
ResponderExcluirMas é vergonha, sim, se ela for morta de forma a sofrer...
eu gosto da poesia de Sophia; este poema, acho-o, sobretudo, acutilante.
ResponderExcluirtambém gosto dos contos, pois.