quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O casamento, à luz da Bíblia

Pois é, vivemos num país em que a maioria das pessoas ainda diz reger-se pela Bíblia e esse é um dos argumentos para serem contra o casamento entre dois homens ou duas mulheres. Na Bíblia não há disso, dizem. Pergunto-me é se alguma vez a leram. Então, para relembrar os meus tempos de jovem professora, aqui vai uma liçãozinha, dada em Inglês - numa singela homenagem ao nosso primeiro que está a tentar torná-lo língua oficial de Portugal (do Allgarve, parece que já é).


se pedirem com educação, posso traduzir
:-)))

34 comentários:

  1. Ponto um: tire-me aquele double L que provoca urticária a esta algarvia marafada!

    Posto isto...
    Somos colegas?

    E quanto ao post:
    Confundem o histórico da Bíblia com o intemporal; Bíblia com Deus; Deus com religião; etc etc etc. E esquecem-se que para muitos isso nem argumento é.

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  2. Incesto e estupro validados.
    A parte do sal não percebi.
    E claro, homossexualidade, altamente reprovável.
    O vídeo é um achado! :-)))

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  3. Simplesmente delicioso! ahahahahahahahah

    Mas vá, para tornar este comentário mais decente: O casamento civil não é um acordo, pelo estado? Não percebo o que é que a igreja tem que ver com a proibição de duas pessoas casarem, sejam elas o que forem.

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  4. Denise
    o duplo l é irónico...a mim também me causa urticária...

    Já não somos colegas: Fomos. Talvez. A julgar pelo que parece ser, mais ou menos, a sua idade, eu andei por esses caminhos antes de a Denise ter entrado.

    Quanto ao post: importa-se de me dizer qual o sujeito do «confundem»?
    :-)))

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  5. julgo que a parte do sal remete para a mulher de
    lot (Génesis 19.26). Lot, aliás, um pai exemplar, disposto a sacrificar as duas filhas virgens para salvar os dois homens/anjos mensageiros do Senhor (Génesis, 19. 8). E o Senhor, admirador de Lot, salvou-o; como a mulher de Lot olhou para trás, Pimba! foi transformada em sal, para não ser curiosa! Pois é, alguns homens detestam esta apetência da mulher pelo saber, pelo indagar, pelo querer saber como foi e como é e usam alegados deuses para tentarem dissuadi-la dessa busca da sophia. Nalguns casos, conseguem...!

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  6. Vasco, há homossexuais que são crentes e que gostariam de ver o seu amor abençoado pela respectiva igreja; e ouvi dizer que há igrejas (não a católica, claro) que já aceitam fazer esse tipo de celebração. De qualquer forma, tem razão, as igrejas interferem mesmo em relação ao casamento civil - embora não o reconheçam como casamento, quando estão a falar de heterossexuais.
    Pessoalmente acho que só os filhos justificavam (no meu tempo) o casamento, posto que a sociedade perseguia os filhos de mães solteiras. (Também perseguia as mãe solteiras, claro).
    Hoje, acho que o casamento só se justifica para garantir alguns direitos, mas que podem ser garantidos por outras formas. Mas compreendo que haja pessoas para as quais o casamento (civil e/ou religioso) é importante. E compreendo que essas pessoas não aceitem ser discriminadas em função da orientação sexual.
    E não me venham com a história da tradição ou eu faço uma proposta de vos comprar como escravos e escravas - e obrigo as escravas ao uso do cinto de castidade.
    :-)))
    Em ceros países, têm conseguido manter a tradição de apedrejar as mulheres adúlteras, até à morte - e que já é referido na bíblia. Será que essas pessoas que são contra o casamento de pessoas do mesmo sexo são a favor da lapidação???

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  7. p.s. os direitos a que me referia acima são, por exemplo, o de acompanhamento em caso de doença grave, o de transmissão de béns...

    tenho por lá umas gralhas mas creio que não vale a pena corrigir;-)

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  8. nussbaum, não quero falar de religião em si. Sou... Podes ver-me como pagão. "Podes"... "No meu tempo" - devemos ter uma diferença de idades considerável... Sorry...
    Mas...
    Crentes na igreja católica? Eu penso que qualquer pessoa que raciocine e que tenha uma mente aberta - o que penso ser regra geral nos homossexuais e outros que tais (e que devia estar instituído, mas enfim), deviam pensar que não é um papa que veste Prada (por encomenda!) - tendo voto de pobreza, que vai dizer que acaba o purgatório, que os homossexuais são seres desviantes (misturando a sexualidade com temas de pedofilia e blasfémias que tais), não este ou qualquer papa – representante máximo de uma igreja que apresenta Deus à imagem e semelhança do Homem, que os vai guiar para qualquer caminho do “bem”.
    A igreja é o mundo. Adoremo-lo com tudo o que ele tem de bom.
    Pobres dos “pecadores” homossexuais que se regem por uma igreja que os perseguiria, castraria ou mataria se estivéssemos na idade média.
    Conheci um homossexual protestante (se não me engano), há muito tempo. Eu nunca vi ninguém sofrer tanto por algo que considero inato em sim. Sofrer simplesmente porque a sua religião diz que se é assim porque se está “doente” ou “possuído pelo demónio”.
    Viver e crescer a acreditar que se vai para o inferno sem experimentar a liberdade de se ter olhos castanhos, pele mais escura ou nariz batatudo, cabelo encrespado, um sinal no queixo ou uma homossexualidade, deve ser triste.

    Isto tudo para te dizer que a igreja dá um significado ao casamento que penso não se adequar aos homossexuais* (nem à maioria dos heterossexuais), pelo que sou contra o casamento destes últimos na igreja, assim como de qualquer não praticante.
    *O que eles próprios referem de: a comunhão entre um homem e uma mulher.

    Queria agora só dizer uma coisa que não tem nada haver com o post… Peço desculpa pelo atrevimento, mas penso que este blog está com uma configuração/cores agressivas. Confesso que me torna difícil a sua leitura…
    Até à próxima.

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  9. Concordo plenamente com a sua perspectiva. Pensando bem, as pessoas deviam viver as suas vidas e deixar os outros viver as suas. Boa ideia a do vídeo do outro post e em português; só vi em inglês. :)

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  10. Vasco...
    Temos, temos, certamente, muita diferença de anos vividos; mas parece-me que o Vasco tem aproveitado bem os seus e há pessoas com a minha idade que ainda não aprenderam nada com a vida - tenho a veleidade de achar que não é o meu caso :-)
    A fé é uma coisa complicada; a religião também; e as igrejas... um tormento.
    Falemos da minha geração e das anteriores. Fomos crianças e adolescentes em pleno fascismo. Não havia internet, os jornais só publicavam o que a PIDE/DGS permitia, poucas pessoas tinha tv, poucas tinham telefone, a censura era tenebrosa (não podíamos enviar msms :-)o estado era unha com carne com a igreja católica, não havia verdadeiramente liberdade de credo....
    As pessoas tinham fé (eu tive fé, durante alguns anos`); a fé ajudava as pessoas a sobreviverem...
    ui, isto dá pano para mangas...
    Vou tentar abreviar. Embora a mim já não seja possível ter fé (comi do fruto da curiosidade e da razão :-) entendo que haja quem a tenha; e que haja quem precise de a materializar numa igreja. E que gostasse de ver o seu amor abençoado pelo seu Deus e pelos seus «irmãos» de fé...
    Falemos da igreja que conheço melhor, a católica. Cristo disse «Amai-vos uns aos outros»; porque não hão os católicos de se amar e querer ver esse amor abençoado pelo representante máximo do seu deus, aqui na terra?
    Repare que o casamento, tal como o conhecemos, é muito recente. Se formos seguir a Bíblia e fazer como se fazia antes e durante a vida de Cristo... aiaiai....
    Para mim, o casamento só faz sentido no contexto em que referi; mas não compreendo que uma igreja que diz celebrar o amor não celebre o casamento por amos - seja ele entre pessoas do mesmo sexo, seja de sexo diferente.
    Agora se estamos a celebrar um contrato para fazer filhos e cuidar deles até terem autonomia... Ah, isso é outra coisa. Mas então também nem todos os heterossexuais poderiam celebrar esse contrato... E deveria haver uma cláusula de dissolução no caso de incumprimento, ou seja, de não terem filhos ou de, tendo-os, não cuidarem deles.
    Acho que não fui clara mas hoje estou muito cansada - foi um dia produtivo, divertido, mas cansativo.

    «Eu penso que qualquer pessoa que raciocine e que tenha uma mente aberta - o que penso ser regra geral nos homossexuais e outros que tais »
    Bem, não tenho dados para lhe responder cientificamente, mas tenho convicções; e a minha convicção é a de que o amor homossexual tanto acontece a pessoas de mente aberta como de mente menos aberta; provavelmente só as pessoas de mente aberta assumem a sua homossexualidade - ou assumem-na de forma mais saudável, menos culpabilizada - ou nada culpabilizada.
    Mas os jovens que se suicidam por se sentirem atraídos por outros do mesmo sexo não tiveram certamente oportunidade de contactar com mentes mais arejadas...o que não impede que se apaixonem pela pessoa «socialmente proibida».

    Sou capaz de ter baralhado outra vez. Hoje estou imprópria para cibercomunicar, desculpe :-)

    Obrigada pela dica relativamente à cor do blog. Isto é como o meu número de telemóvel: como não telefono para mim própria, não o sei de cor; como escrevo os posts em fundo branco e com letras pretas (na caixa de mensagens), não me apercebo da dificuldade em ler na página do blog.
    Diga-me se ficou mais legível, por favor.
    Obrigada :-)

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  11. vasco, desculpe as gralhas; publiquei sem reler... mas acho que se entende

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  12. J francisco de sousa, obrigada pela visita.
    pois é... há quem viva mas não deixe viver e há quem nem deixe viver nem viva e até quem deixe viver, mas não viva - que é, na minha opinião, o caso de muitas mulheres da nossa cultura.
    Não entendi bem a que vídeo se está a referir.
    tenha paciência para esta pobre velhota cansada
    e explique, se quiser, claro.
    :-)

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  13. (Comecei a escrever e a ler em documento Word para facilitar ;))
    Sim, o amor acontece, já dizia o filme! Só que…

    Estou a tentar também raciocinar que a esta hora so absorvo e já meto pouco para fora…

    Antes de mais… Admito o meu fascínio pelas pessoas da sua época. (A minha mãe é uma delas!) Penso que na altura o significado que se dava às coisas, tanto materiais como metafísicas fosse completamente diferente do de hoje em dia.

    Agora, numa altura em que se dava a missa em latim, numa altura em que as pessoas não percebiam, mas gostavam “porque era bonito”, nem fazia sentido questionar a igreja nas suas centenárias contradições.
    Amai-vos e multiplicai-vos. E os gays multiplicam-se? Falham logo aí… Vão para o Inferno? Sim. Se acreditarem mesmo nisso não vão: vivem nele! ;)

    Bolas, isto não é conversa para se escrever mas sim para se debater oralmente…

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  14. :-)))
    Concordo consigo; é difícil escrever sobre isto e ainda mais neste contexto de blogue.
    Vou ter de ir ver mas, se bem me lembro, o que deus disse aos bichinhos foi: «crescei e multiplicai-vos. Mas creio que nem vale a pena entrarmos muito por aí porque de cada vez que um padre católico se multiplica está a cometer um pecado...
    Por outro lado, acredite no que lhe digo; há milénios que a homossexualidade existe e nunca deixámos de nos multiplicar. Ser homossexual não é ser castrado ou deprovida de útero. Se eu tivesse um cêntimo por cada mulher homossexual que teve uma criança e por cada homem homossexual que fecundou uma mulher, nem a caixa-forte do tio patinhas me chegava.
    Sim, também acho que o infernos são os outros e somos nós. E o céu também :-)

    O que é curioso é que havia quem gostasse por mais alguma coisa do que o ser bonito. Falo por mim. A psicanálise explica mas eu nessa altura chamava-lhe apenas fé. O sentimento que me invadia durante a missa era muito especial - e acredito que o facto de não entender latim contribuia para aumentar a magia :-)

    Obrigada pelo seu depoimento relativamente às pessoas da minha época e da sua mãe - mas deixe-me que lhe diga que, já nessaq altura, havia de tudo :-)

    É verdade que me sinto privilegiada por viver na época em que tenho vivido - e não saberia ser jovem hoje, mas isso é natural; não fui formatada para ser jovem hoje :-)
    Para mim foi muito importante ter assistido ao poder da censura, ao fascismo e ao 25 de Abril - que ainda está por fazer nas partes mais importantes - mas essas mudanças só se fazem com tempo e com um bom investimento na educação. Do tempo não podemos escapar mas já o investimento na educação...
    :-(
    bem, tenho mesmo de ir À farmácia.até logo

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  15. Não me sai uma música da cabeça quando aqui venho. Chama-se 1977, dos The Gift. É uma música que me diz muito... E que tem mais por trás que a própria letra.
    (confidencia) Gostava de puder partilhar mais consigo de mim, mas não posso, embora ajuda-se a perceber que tipo de pessoa eu sou e o que penso quando digo algo.
    Eu sei que desde sempre a homossexualidade existiu. Aliás, somos dos poucos animais que mantém uma relação com o sexo oposto durante um longo período de tempo. Ou seja: muitos animais, não só mamíferos, apenas acasalam com fêmeas para procriarem, sendo que fora da época da reprodução praticam actos “homossexuais” – entre aspas, porque os animais não conhecem termos ou normas sociais humanas, nem se regem por valores.
    Conclui-se que devíamos andar todos que nem uns loucos com parceiros do mesmo sexo? Não! ;) Conclui-se que a homossexualidade é, em parte, inata e natural? Sim.

    Comprei o filme Amália, da Valentim de Carvalho, e há uma cena em que a pequenina Amália olha para o coro da igreja com olhos de fascínio enquanto cantava com eles, numa voz muda… Vejo, ou imagino essa mesma expressão em si aquando assistia à missa.

    A educação? Sabe, não sei se viu alguma vez o meu perfil curricular no meu site, mas eu tenho 22 (farei 23 em breve), e só agora irei para a faculdade:
    Chumbei 12º ano, a uma única disciplina: por burrice minha, pouco trabalho, por excesso de hormonas, e por ser atravessado – literalmente desde de nascença – tive de sair de cesariana).
    Ah, e mais um motivo: a minha escola era do tipo “elite”, com competitividade ao máximo, grandes classificações e… Sem acompanhamento de alunos com maiores dificuldades. Chumbei. Depois, muito antes de se falar da crise, a minha família deixou de ser “classe média”. Ou seja, tive que ir trabalhar, mesmo querendo estudar. Sem dinheiro, trabalhei e trabalhei e decidi tirar um curso profissional do zero depois de tentar acabar a disciplina que me faltava. Porque é que só tentei? Porque alteraram os programas das disciplinas e segregaram os repetentes. Bonito não é?

    Estes cursos profissionais, das novas oportunidades, (de que alguns falam mal), têm um excelente acompanhamento, mas claro, não prepara ninguém para um exame nacional ou uma faculdade. Aproveitei a bagagem que tinha do secundário via-ensino e lá vou eu seguir em frente.
    Também desde muito cedo que me lembro de tentarem instituir educação sexual nas escolas. Era triste dizerem-nos como por um preservativo quando a malta falava de sexo como quem fala do tempo e já sabíamos aquilo de trás para a frente (bolas os preservativos têm instruções!). ;)
    Falaram uma vez em auditório sobre sexualidade. Acha que aprofundaram alguma coisa? Foi uma tristeza de apresentação.
    Já me estou a estender muito neste texto (que já vou na segunda página). Desculpe, metade do que aqui disse já nem tem nada que ver com o post…

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  16. Debate interessante sim senhor e sim senhora :-)

    1. sujeito de confundem: indeterminado;
    2. a confusão que por vezes se faz entre a ideia que a Igreja faz de Deus e a possibilidade de uma ideia aproximada de Deus afasta muita gente da tentativa de conceber a divindade. Por tudo: dogmas, filosofia pater, censura, fé cega, incongruências, probições, céu, inferno, promessas, negócio e negociações, etc etc.
    Tendo em conta a doutrina católica, não concebo que haja homossexuais católicos. Crentes sim, mas católicos não.
    3. É verdade que o Antigo Testamento nos apresenta um Deus cruel e vingativo (em claro paradoxo com o Deus do Novo Testamento) num texto em que o divino se mistura com o histórico e circuntancial. O desafio é, para mim, separar o trigo do joio, sendo que, para ser sincera, o joio também se aproveita. De Sodoma e Gomorra tenho uma ideia diferente: em vez de punição, vejo ali uma metáfora da aplicação da lei da causa-efeito. Explico-me: olhar para trás, para o passado, faz com que as pessoas se solidifiquem no tempo. Na minha leitura, Deus não ameaçou, alertou. Como quem diz: saltas do 7º andar, cais e partes-te todo. não é um castigo; é a lei da gravidade.
    5. Compreendo que a Igreja condene a união homossexual: faz parte da interpretação que faz do que acha que Deus quer ou deixa de querer. Não compreendo que consiga ter voz num estado que se diz laico.
    6. Sinto-me feliz e preenchida por ter conseguido encontrar um caminho que me dá respostas sólidas e lógicas à minha fé raciocinada.

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  17. Não vou conseguir expressar-me, mas tento...
    Deus tem muitos nomes nas diversas culturas. Se se é crente em "Deus", sem seguir uma religião, nem sabe que nome dar a Ele.
    Eu acabo por ser demasiado racional nestas coisas...
    Ponho as coisas deste modo: a religião alimenta a fé. Essa fé é essencial para a união entre as pessoas e as populações. É essencial à paz (excluindo os fundamentalistas radicais, claro).

    Alem de religião - porque isto é sobre casamento - há a questão da tradição, que é mais um ponto contra o casamento de homossexuais numa igreja.

    Agora, por muita aversão que me faça falar de religião, digo-lhe: o melhor a acontecer são os praticantes fazerem pressão para uma igreja mais inclusiva.
    Ah, mas ajudava imenso uma cooperação SÉRIA entre as organizações e associações LGBT e as diversas entidades competentes que lhes podem conferir uma Real igualdade.

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  18. Vasco, já tornei o meu mail público.
    Em relação à educação sexual... eu quase que sou contra; ou seja, eu acho que o que se faz nas escolas não é educação sexual. Por isso, embora seja pela educação sexual, sou contra (a que se faz). Mas é um tema muito complicado de levar para as escolas.
    Talvez o melhor fosse mesmo a televisão... com convidados diversificados.
    Sim, que eu não tenho dúvidas de que uma boa parte das aprendizagens das gerações entre a minha e a sua se fez pela televisão - ao menos que ensinasse também algo de construtivo...
    Fui espreitar o seu perfil, sim, e enterneci-me com a fotografia do sapato à chuva.
    E revoltei-me com a referência à dificuldade em entrar para o ensino superior. Infelizmente, da forma como as coisas estão, vai para a universidade quem não tem dentes, apenas nozes; muitas nozes.
    Espero que, a partir daqui, as coisas se componham, para si.
    Quando eu era estudante recebi bolsas de estudo mas não pelas carências económicas - o que contava era ter boas notas! Eu achava uma injustiça mas... Olhe, foi com o dinheiro das bolsas (que só recebíamos no fim do ano lectivo) que fui dar as voltas à europa :-)
    Bem, também já perdi o fio à meada :-))
    Os cursos profissionais - segundo tenho ouvido dizer, todas as inovações do ME têm sido apenas para as estatísticas. Já temos muita gente com o 9º e 12º anos, mas continua a grassar a mesma ignorância. Parece que os profs são pressionados para passar toda a genet!!!
    E tem lógica; a este governo (e aos anteriores, infelizmente) interessa apresentar números de escolaridade mas não interessa ter gente a pensar...
    Já agora, sugeria-lhe que acrescentasse um motivo aos que aponta para ter chumbado (falo de cor, mas talvez se ajuste): pensar pela sua cabeça!
    O ensino, em geral, e o 12º anos, neste país, não gosta de gente que pense. Muitas vezes o insucesso escolar é sinónimo de inteligência. A nossa escola não tem sabido acompanhar a evolução dos tempos. Tornou-se «desapetitosa».
    A não ser quanso aparecem professoras como parece que é a Denise :-)))

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  19. Denise,
    6. se se sente feliz, não sou eu quem vai dar cabo dessa felicidade
    :-)))
    para mim, não há já possibilidade de nenhuma ideia aproximada de Deus. Nem distanciada, quanto mais aproximada
    :-))

    Mas sinto-me feliz com a ideia de humanidade, de natureza...Se calhar, sou um pouco pagã, como o Vasco :-)
    Se o novo testamento não nos apresenta um Deus cruel, vingativo, apresenta-nos um Cristo mimado, vingativo, egocêntrico; ora como dizem que ele é filho de deus e deus em simultâneo...gira o disco e toca a mesma - para mim, claro.
    Eu até percebo, por exemplo, a ira dele contra os vendilhões do templo. Quando estive no vaticano, apeteceu-me desatar a chicotear as freiras que vendiam medalhinhas benzidas a granel... mas eu sou humana e mesmo assim não o fiz.
    E fico por aqui porque eu acho que a fé como a da Denise faz bem e faz falta e não quero maculá-la - nem tenho a veleidade de achar que o posso fazer - nem entristecê-la com o meu discurso empedernido
    :-)
    Quanto ao olhar para trás, eu acho que às vezes faz falta - nomeadamente no momento de votar. Um do problema dos portugueses, acho eu, é terem memória curta. E um povo sem memória dá... americanos.
    Não podemos é ficar o tempo todo de costas viradas para o futuro.

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  20. uma das coisas que me fascinam na bíblia é a possibilidade de múltiplas interpretaç~eos - isto, porque não sou crente ou a falta de objectividade daria cabo de mim:-)))
    Vela lá que, para mim, a transformação da mulher de Lot numa coluna de sal é positiva e encaro-a como uma recompensa.
    Essa transformação livrou-a do castigo que seria ter de seguir um marido que estava disposto a entregar as filhas virgens, para salvar dois homens desconhecidos. Eu, pelo menos, não quereria seguir tal homem e, no contexto em que ela vivia, esta parece ser uma forma muito eficaz de se livrar do monstro.
    Por outro lado, não nos esqueçamos de que o sal é o que resulta da evaporação da água do mar. É a essência do mar. O sal conserva (ou corrompe). O sal é O Tempero, por excelência (v.d Rei Lear).
    Os católicos, no baptismo, colocam sal na língua da criança...
    O sabor do sal é incorruptível...
    Durante milénios, antes de se inventar os frigoríficos, era o sal que conservava os alimentos (não só o sal, mas também). O valor do sal era equivalente ao do ouro...
    Por isso, aquela é uma metáfora de que aquela era uma grande e incorruptível mulher...
    Desculpe-me; claro que estou, de certa forma, a brincar; mas quero também com isto alertar para a forma como o nosso olhar está pré-formatado.

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  21. Tenho que me ir arranjar para o trabalho mas ainda escrevo aqui mais um pouquinho. ;)

    «O ensino, em geral, e o 12º anos, neste país, não gosta de gente que pense. Muitas vezes o insucesso escolar é sinónimo de inteligência. A nossa escola não tem sabido acompanhar a evolução dos tempos. Tornou-se «desapetitosa».
    A não ser quando aparecem professoras como parece que é a Denise :-)))»
    Eu, muito sinceramente, tinha algum problema. Chamemos-lhe bloqueio mental… Talvez tenha advindo de uma depressão recalcada à muito tempo e agravada com problemas simples.
    No período em que não estudei sofri um trauma muito, muito grande.
    Ainda hoje, as coisas mais simples me podem afectar. Não durante muito tempo claro. Também tenho mecanismos de defesa automáticos. Chego ao cúmulo de ter pessoas que acham que estou chateado com elas simplesmente por causa das minhas expressões.
    Mas portanto, depois de esse trauma eu fiquei “letárgico”. Conheci uma pessoa pouco tempo depois. Tudo mudou.
    Devo a minha vida a essa pessoa. O que me fez evoluir foram os seus incentivos, e o chamamento que me fez para o meu primeiro blog – ainda aberto, mas encerrado.
    A evolução da escrita e o pensamento a que me dediquei fez com que me conhecesse melhor, o meu raciocínio ficou mais claro, mais frio.
    A minha mãe diz que até fisicamente mudei. Hoje ninguém que me conhecesse aquando pré-adolescente me reconhece.

    Não posso dar a volta à Europa com uma casa para pagar (e dinheiro é o que mais me desespera), mas se a licenciatura correr bem talvez faça um Erasmus…
    Oh, a Denise parece mesmo isso que diz. Tive a sorte de conhecer alguns, muito poucos, professores como ela!

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  22. xiii! estou a trocar as teclas todas; preciso de uma bica..
    Denise, não sei se faz sentido a igreja católica criticar a homossexualidade; não sei se está assim tão preocupada com a reprodução - ou não obrigaria os seus seguidores e seguidoras ao celibato!
    Quer maior antro de homossexualidade do que os conventos e mosteiros?'
    Não disse cristo aos apóstolos que abandonassem mulheres e filhos??
    ....

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  23. Aliás, com o que se tem visto de pedofilia no meio eclesiástico, não estranharia que cortassem da bíblia a parte do «deixai vir a mim as criancinhas»...
    Ok, fico por aquii..
    :-/

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  24. Aliás, com o que se tem visto de pedofilia no meio eclesiástico, não estranharia que cortassem da bíblia a parte do «deixai vir a mim as criancinhas»...
    Ok, fico por aquii..

    OK! Agora quem precisa de um café sou eu!
    Já nem sei se o que escrevi anteriormente faz sentido...

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  25. Faz sentido porque a IC é toda ela sem sentidos... lol

    A sua interpretação de Sodoma e Gomorra está impecável e,claro, a Bíblia permite uma infinidade de leituras.

    Não a acompanho na sua leitura de Jesus. Acho que está condicionada pelos ensinamentos católicos. Mas não lhe usurpo espaço e tempo com as minhas filosofias.

    Quanto à fé/cepticismo, não me entristece, claro. São caminhos e, na minha óptica, há tempo para tudo.

    Não me interprete como fanática. Gosto de conversar sobre estas coisas e, apesar de ter as minhas convicções, não as imponho a ninguém, nem mesmo aos meus filhos (a quem apenas dou conta delas).

    E, ah!, obrigada pela ressalva ali em cima sobre a minha prestação enquanto professora ;-)

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  26. xiii! tenho de cá voltar amanhã, que já não estou com cabeça para tanto.
    Só dois breves comentários, antes que me esqueça.
    Vasco, fui À procura do 1997 no toutube mas as versões que encontrei são de muito má qualidade; de qualquer forma, acho que já está mais que na hora de eu comprar um cd desse grupo :-)
    vou procurar um que tenha essa composição, para ver se se me faz luz :-)

    Vasco, que tenha sido um Ele, ainda consigo acreditar; uma Ela é que não deve ter sido, ou não teria deixado tanta coisa por acabar ou imperfeita
    :-)))
    esta não foi nada sexista, não senhor! ;-)))
    Sabe porque é que deus criou primeiro Adão e só depois Eva?
    - É aquela estúpida mania de primeiro testar as experiências em cobais e só depois em humanos...

    E sabe o que disse deus, quando acabou de fazer Adão?
    - Tenho de ser capaz de fazer melhor que isto!

    Não me leve a mal
    Normalmente até nem conto anedotas sexistas mas, aqui, sei que posso estar à vontade. E por cada uma das minhas há, na rede, milhares delas no sentido contrário.
    Não, não justifica, é só para fazer pensar um bocadinho.
    (pensar, por exemplo, porque é que na nossa cultura não se fala em deusas e porque é que o culto mariânico é perseguido; pensar, por exemplo, porque é que há quem defenda que o homem é melhor que a mulher ou vice-versa

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  27. e mais um rapidinho para a Denise: vou precisar que me explique em que é que acha que a minha visão do JC está condicionada pelos ensinamentos católicos... essa deixou-me espantada...

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  28. "E sabe o que disse deus, quando acabou de fazer Adão?
    - Tenho de ser capaz de fazer melhor que isto!"
    Não, Não.
    Deus disse foi isto:
    - E agora quem é que te limpa a casa?
    E criou a mulher. eheheh

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  29. Vasco, vou tentar retomar.
    1. Não volte a começar nenhuma actividade escrevendo, dizendo ou pensando «não vou conseguir» ! :-)
    2. Eu acho que o fundamental para a paz é o SABER; a religião só serve para manter pacíficas as pessoas que não sabem - e para que as que julgam que sabem incentivem à guerra.
    Educação, educação, educação. Diversidade de vivências; civismo. Educação cívica. isso é que, na minha opinião, conduzem à paz.
    De pequenino se torce o pepino e de pequenino se ensina a fazer ou não fazer pelo medo e não pela consciência das consequências da acção! Está mal!
    O risco faz parte da condição humana e se numa primeira fase não se faz por medo das consequências, numa segunda faz-se por amor ao risco, ao desafio.
    O pretexto da religião terá sido útil, nos tempos de maiores trevas; mas se não começarmos a usar o saber para nos orientar, em vez de hipotéticos castigos de divindades vingatiovas, nunca mais nos libertaremos do «Mal». Sim, em última instância, acuso as religiões pelo não extremínio do mal. É o mesmo que tomar comprimidos para dormir, em vez de atacar aquilo que nos impede de dormir.
    Nisso, estou de acordo com Mao; a religião é o ópio do povo.
    3. Ai Vasco, não me fale em tradição!!!
    Há um filme que fascinou a minha geração «Um violino no telhado» que aborda muito bem esse aspecto, a meu ver. A tradição, por muito que não pareça, é um comportamento datado; a certa altura deixa de ser útil e pode tornar-se uma ameaça. Não me fale em tradição, que eu falo-lhe na violação das virgens por parte do chefe da tribo ou do próprio pai; falo-lhe no dote; falo-lhe no cinto de castidade; falo-lhe nos cristãos atirados aos leões...
    Olhe, em vez de lhe falar nisso, vou postar um vídeo que falará por mim, espero.
    :-)
    Tradition!!!
    :-)))
    E sim, gostaria de uma igreja mais inclusiva mas... há quem defenda que depois deixaria de ser igreja...
    Quanto à sua anterior paragem nos estudos, prefiro falar-lhe por mail.
    Falando de Erasmus: viu «l'auberge espagnol»? (creio que é assim que se escreve); aconselho-lho vivamente. (este aconselho-lho soa estranho...)

    4. É por isso que eu adoro a hoover e outras marcas que tais. Mas não vai sem resposta - peço-lhe antecipadamente que me desculpe, esta é ordinarota mas... estamos na silly season :-)))

    porque foi que deus criou o homem?
    - porque os vibradores não são capazes de carregar a bilha de gás

    :-////
    p.s. o meu marido só teve a certeza de que eu o amava depois de termos mudado para o gas canalizado :-))))

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  30. Denise
    (ainda estou à espera que me esclareça aquela coisa do cristo)
    Uma «fé raciocinada» é um conceito muito estranho para mim. Os meus neurónios desataram a fazer sinapses mas ainda não chegaram a nunhuma conclusão.
    :-)))
    Não a considero fanática. Não tenho, por agora, motivos para tal e espero não vir a ter. É normal, quando algo nos agrada, querermos partilhar esse algo com os outros; acontece que esse algo pode não agradar aos outros. Acontece com a cabidela, com o futebol, com a religião...
    Posso dizer-lhe que, ainda que me incomodem as visitas dos Jeovás, por exemplo, até os admiro na sua generosidade de partilha; admiro menos quando penso que fazem isso para ganhar o céu, claro. Mas antes isso que assaltar um banco, para ter um bocadinho de céu na terra.(eu cá só teria um bocadinho de inferno - mas também nunca me passaria pela cabeça assaltar fosse o que fosse ou quem fosse... minto: assalto o frigorífico com relativa frequência, sobretudo no Verão :-)))

    «Mas não lhe usurpo espaço e tempo com as minhas filosofias. »

    Alto e pára o baile! -ao menos aqui posso dizer isso :-)))

    Não usurpa nada: preenche. Esteja à vontade para filosofar, por favor. Eu gosto de ouvir gente que pensa de forma diferente. Sublinho o QUE PENSA; é que há quem se limite a papagear discursos não pensados e para isso nem sempre tenho paciência.
    :-)

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  31. bem, parece-me que desta vez consegui retribuir todos os comentários.
    :-)
    e agora vou à procura do vídeo para falar ao Vasco sobre tradição :-)

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  32. Agora já existem as garrafas de gás pluma. As mulheres podem voltar aos seus vibradores e deixar os maridos. :P

    Agora:
    "há a questão da tradição, que é mais um ponto contra o casamento de homossexuais numa igreja
    Que foi o que eu disse, não revela a minha opinião porque eu já a tomei ao dizer que sou a favor do casamento, mas não na igreja, ou não ao abrigo de uma religião. Está esclarecido?
    Agora vou fazer uns comentários reaccionários ao filme que pôs!!!! :P

    (Mais: sou contra as touradas, que ***** de tradição ver um animal a sofrer!) Desculpe os *. ;)

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  33. Bom, já que o baile está parado à espera da minha resposta... :-)))


    Com aquilo do Cristo quis dizer que a interpretação que teceu em torno de Jesus (e também do resto)suporta uma crítica que compreendo à luz do que a Igreja Católica defende. No entanto, essa mesma crítica deixará de fazer sentido perante outras doutrinas cirstãs.
    A ideia de Deus como uma entidade masculina é uma ideia judaica-cristã antiga e a meu ver sem sentido. Noutras correntes cristãs (como por exemplo as de fé raciocinada), essa ideia antropoformizada não se põe.
    Eu sou cristã, mas não sigo uma igreja nem qualquer religião. Gosto de falar sobre estas coisas, como de Literatura, cinema, sexo e política como partilha de pensamento. Não para conquistar um lugar no céu (outra ideia católica que não consegue destrinçar a metáfora subjacente nas palavras de Cristo).
    De qualquer forma eu não tenho muita paciência para tiradas de grande fôlego em torno destas coisas, até porque me sinto a repetir o que vai sendo postado num outro blogue em que também colaboro, o Blog de Espiritismo.
    Podemos continuar a conversar por aqui, mas também pode ir lendo por lá os nossos textos e até comentar, pedindo esclarecimentos e até mesmo apresentando incongruências que possa encontrar.

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  34. A expressão "fé raciocinada" é, realmente, um paradoxo. Tentarei explicar.
    "Fé" relaciona-se com a crença em algo, neste caso na divindade e na realidade espiritual.
    "Raciocinada" repudia tudo o que possa ofender a razão, como os dogmas que instituem princípios só porque sim.
    Há que fale em certezas.
    Eu sou terrível, porque nem posso dizer que acredito no que os meus sentidos apreendem quanto mais nas pesquisas e nos trabalhos efectuados por tanta gente digna de mérito. Isto sem ironia, acretide.
    Por exemplo: sabe-se que o ser humano já chegou à Lua. Facto documentado. Sabe-se que a Terra gira em torno do Sol. Sabe-se que... etc... eu acredito em tudo isso. Mas, confesso, não tenho a certeza. Isto é, admito que novas pesquisas possam comprovar que temos andado errados. A História e a Ciência têm-nos mostrado essa possibilidade.
    Logo, "fé raciocinada", porque acredito naquilo que faz sentido e nos estudos efectuados por gente de reconhecida idoneidade.

    Não faz o meu género insistir em que as pessoas acreditem. Limito-me a justificar, quando solicitada, os motivos por que acredito. É que não me choca de modo algum a existência de um ser supremo nem a suposição de que somos espíritos a passar por uma existência material e não matéria que ocasionalmente tem experiências espirituais. Não me choca mesmo nada. Pelo contrário.

    Desculpe a extensão... não sei o que fiz à minha capacidade de síntese...

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